
“Um homem que se manteve coerente com sua consciência.”
Esta frase nos faz refletir sobre a personalidade especial de Adolfo Bezerra de Menezes, O Médico dos Pobres.
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, nasceu a 29 de agosto de 1831, na fazenda Santa Bárbara, próximo ao riacho das Pedras, na freguesia do Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama, Ceará. ¹
O seio familiar contribuiu muito para a formação da personalidade de Bezerra, haja vista que o nome da mãe foi inserido no documento de batismo.
Presenciou acontecimentos marcantes daquela época, principalmente o flagelo da seca desencadeando o êxodo rural e expondo uma população famélica e desesperada! As consequências deste evento deixaram profundas e triste lembranças!
Após conclusão dos estudos básicos, rumou com destino à capital do Império, Rio de Janeiro, onde se formou médico.
Participou ativamente em prol da coletividade e além da medicina foi político, combateu a escravidão e foi também empresário.
Contribuiu com a publicação de vários livros de romance e destacamos três de seus livros de estudos: Uma carta de Bezerra de Menezes, A Loucura sob novo prisma e Espiritismo: estudos filosóficos, 3 volumes.
Entrou para a política atendendo a uma demanda doméstica – da esposa – que foi portadora de pedidos dos moradores do bairro e, eleito, deixou muito claro sua posição à frente do mandato para que não houvesse qualquer sombra de dúvida: ”…consiste esse princípio em definir, sempre e em toda a parte, tão clara e categoricamente a minha posição, que meus adversários me reconheçam, como tal, e os meus correligionários saibam até onde podem contar comigo.”¹
Recebeu os ensinamentos da religião católica e guardou dois deles como luzes divinas: a existências da alma, responsável por suas obras, e a de Deus, criador da alma e de tudo o que existe.
Teve contato com a Doutrina Espírita ao ler o Livro dos Espíritos e o conteúdo não lhe parecia estranho.
Divulgou e debateu a doutrina com firmeza e muito respeito, principalmente num embate familiar, por carta, com o irmão, católico, que resultou no livro: “Uma carta de Bezerra de Menezes”.
Durante a prática da medicina atendeu a todos que o procuravam sem distinção alguma, acolheu a todos e os necessitados, foram providos com seus próprios recursos para aquisição do remédio receitado.
Sentiu profundamente os reveses sofridos com a perda de entes queridos: filho e esposa, mas, através da Doutrina Espírita, pôde compreender os desígnios de Deus.
Compreendeu muito bem a necessidade de estudar a doutrina e fundou a primeira escola de médiuns com o estudo semanal do O Livro dos Espíritos.
A firmeza em se posicionar, a capacidade de acolhimento e a visão de valorizar a instrução foram qualidades que nortearam muitas casas espíritas e a nossa casa, o Geebem, não foi diferente.
O Geebem, uma casa de estudo da Doutrina Espírita, tem a honra de tê-lo como patrono e segue rigorosamente o ensinamento de acolher no mais amplo sentido todos que a procuram necessitando de um amparo ou uma palavra carregada de sentimentos fraternos, sejam encarnados ou desencarnados.
Recordamos um trecho do livro Uma carta de Bezerra de Menezes: “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros, seremos pontos de vista.”2
Referências:
1 – Klein Filho, Luciano, 1964 – org.
Bezerra de Menezes – Fatos e Documentos/Luciano Klein Filho; prefácio de Eduardo de Castro Bezerra Neto – Bragança Paulista, SP: Lachâtre, 2012. – 192p.: Ilust.
2 – Menezes, Bezerra de, 1831-1900
Uma carta de Bezerra de Menezes. – 8ª ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2008 – 104p.
Por Paulo Cesar colaborador do Geebem de 1999.


